14 de set. de 2013

Segunda-feira da 24ª Semana do Tempo Comum


REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Segunda-feira da 24ª Semana do Tempo Comum


1) Oração

Ó Deus, criador de todas as coisas,

volvei para nós o vosso olhar
e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor,
fazei que vos sirvamos de todo o coração.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Lc 7,1-10)

1Quando terminou de falar estas palavras ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2Havia um centurião que tinha um servo a quem estimava muito. Estava doente, à beira da morte. 3Tendo ouvido falar de Jesus, o centurião mandou alguns anciãos dos judeus pedir-lhe que viesse curar o seu servo. 4Quando eles chegaram a Jesus, recomendaram com insistência: “Ele merece este favor, 5porque ama o nosso povo. Ele até construiu uma sinagoga para nós”. 6Jesus foi com eles. Quando já estava perto da casa, o centurião mandou alguns amigos dizer-lhe: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7Por isso, nem fui pessoalmente ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e meu servo ficará curado. 8Pois eu, mesmo na posição de subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens, e se ordeno a um: ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e se digo a meu escravo: ‘Faze isto!’, ele faz”. 9Ao ouvir isso, Jesus ficou admirado. Voltou-se para a multidão que o seguia e disse: “Eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande”. 10Aqueles que tinham sido enviados voltaram para a casa do centurião e encontraram o servo em perfeita saúde.

3) Reflexão


* O capítulo 7 do Evangelho de Lucas nos ajuda a acolher o chamado aos gentios para aderir à fé no Senhor Jesus. A figura do centurião abre o caminho para todos aqueles que querem aderir à fé de Israel e depois encontrar e conhecer o rosto do Pai em Jesus. Na meditação deste Evangelho, também é feita a proposta de nos abrirmos à fé ou fazer forte a nossa confiança na Palavra do Senhor. Tentemos, então, seguir, com o coração, os passos deste centurião romano, pois nele estamos presentes também nós.
* Talvez um primeiro aspecto, que emerge da leitura do trecho, é a situação de sofrimento em que se encontra o centurião. Tento ouvir mais atentamente todas as palavras que iluminam esta realidade. Cafarnaum, cidade de fronteira, fora de mão, à margem, cidade onde a bênção de Deus parece difícil de chegar. A doença grave; a morte iminente de um ente querido.
* Mas vejo imediatamente que o Senhor entra nesta situação, para compartilhá-la, para vivê-la com sua presença amorosa. Sublinho todos os verbos que confirmam esta verdade: "pedindo-lhe para ir", "foi com eles", "não era muito distante." É maravilhoso ver este movimento de Jesus, que vai para aquele que o chama, que o busca e lhe pede salvação. Assim Ele faz com cada um de nós.
* Mas, para mim, é muito útil entrar em contato com a figura do centurião, que aqui é um pouco como o meu mestre, meu guia no caminho da fé. "Tendo ouvido falar de Jesus." Ele recebeu o anúncio, ouviu a boa notícia e a guardou em seu coração, se não a deixou fugir, não fechou os ouvidos e a vida. Lembrou-se de Jesus e agora o busca.
"Mandou." Por duas vezes ele executa essa ação, primeiro para enviar a Jesus os anciãos do povo, pessoas importantes, depois para enviar alguns de seus amigos. Lucas usa dois verbos diferentes e isso ajuda-me ainda mais para perceber que algo aconteceu neste homem, havia uma mudança: ele foi gradualmente se abrindo para o encontro com Jesus. Mandar os amigos é um pouco como enviar a si mesmo. "Para pedir-lhe para vir e salvar." Dois belíssimos verbos que expressam a intensidade de seu pedido a Jesus. Quer que Jesus venha, que se aproxime, que entre em sua pobre vida, que venha visitar a sua dor. É uma declaração de amor, de grande fé, porque é como se lhe dissesse: “Eu sem você não posso mais viver. Venha!” Ele não pede uma salvação qualquer, a cura superficial, como nos faz entender o verbo que Lucas escolhe. Na verdade, aqui se fala de uma salvação transversal, capaz de atravessar toda a vida, toda a pessoa e capaz de levar a pessoa  mais, mais além de qualquer obstáculo, dificuldade ou prova, além de até mesmo a morte.
* "Não sou digno". Duas vezes Lucas coloca nos lábios do centurião estas palavras, que ajudam a compreender a grande mudança acontecida dentro dele. Ele se sente indigno, incapaz, insuficiente, como eles expressam os dois termos gregos aqui utilizados. Talvez a primeira conquista na caminhada de fé com Jesus é esta: a descoberta de nossa grande necessidade dEle, da sua presença e consciência cada vez mais certa que sozinhos não podemos fazer nada, porque somos pobres, somos pecadores. Mas justamente por isso somos amados de modo infinito!
* "Dize uma palavra." Aqui está o grande salto, o grande passo para a fé. O centurião agora acredita de uma maneira clara, serena, confiante. Enquanto Jesus caminhava em direção a ele, ele também estava fazendo seu caminho interior, estava mudando, estava se tornando um novo homem. Antes aceitou a pessoa de Jesus e depois a sua palavra. Para ele é o Senhor e, como tal, a sua palavra é eficaz, verdadeira, poderosa, capaz de operar o que ele diz. Todas as dúvidas desabam; só resta é a fé e a confiança certa na salvação em Jesus.


4) Para um confronto pessoal

1) Faço minha a oração do centurião dirigida a Jesus para vir e salvá-lo? Eu estou pronto para expressar ao Senhor que tenho necessidade dEle?
2) E se eu abro o meu coração à oração, à invocação, se convido o Senhor para vir, qual é a atitude profunda do meu coração? Há também em mim, como no centurião, a consciência de ser indigno/a?

5) Oração final

Quão grande é, Senhor, vossa bondade,
que reservastes para os que vos temem
e com que tratais aos que se refugiam em vós,
aos olhos de todos. (Sl 30,20)



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