12 de jul. de 2013

Sábado da 15ª Semana do Tempo Comum



REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Sábado da 15ª Semana do Tempo Comum


1) Oração

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram
para retomarem o bom caminho,
dai a todos os que professam a fé,
rejeitar o que não convém ao cristão,
e abraçar tudo o que é digno desse nome.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Mt 12,14-21)

14Os fariseus saíram dali e deliberaram sobre os meios de o matar. 15Jesus soube disso e afastou-se daquele lugar. Uma grande multidão o seguiu, e ele curou todos os seus doentes. 16Proibia-lhes formalmente falar disso,
17para que se cumprisse o anunciado pelo profeta Isaías: 18Eis o meu servo a quem escolhi, meu bem-amado em quem minha alma pôs toda sua a afeição. Farei repousar sobre ele o meu Espírito e ele anunciará a justiça aos pagãos. 19Ele não disputará, não elevará sua voz; ninguém ouvirá sua voz nas praças públicas. 20Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até que faça triunfar a justiça. 21Em seu nome as nações pagãs porão sua esperança (Is 42,1-4).

3) Reflexão  Mateus 12,14-21
*  O evangelho de hoje consta de duas partes ligadas entre si: (1) Descreve as reações diferentes dos fariseus e do povo diante da pregação de Jesus;  (2) Descreve como Mateus vê nesta reação diferente a realização da profecia do Servo de Javé, anunciado por Isaías.
Mateus 12,14: A reação dos fariseus:  decidem matar Jesus
Este versículo é a conclusão do episódio anterior, no qual Jesus desafiou a malícia dos fariseus curando o homem que tinha a mão atrofiada (Mt 12,9-14). A reação dos fariseus foi esta: “Eles saíram e fizeram um plano para matar Jesus”. Chegou-se, assim, à ruptura entre Jesus e as autoridades religiosas. Em Marcos este episódio é bem mais explícito e provocador (Mc 3,1-6). Ele diz que a decisão de matar Jesus não era só dos fariseus, mas também dos herodianos (Mc 3,6). Altar e Trono se uniram contra Jesus.
Mateus 12,15-16: A reação do povo: seguem Jesus
Quando soube da decisão dos fariseus, Jesus foi embora desse lugar. O povo fez a sua escolha. Mesmo sabendo que as autoridades religiosas decidiram matar Jesus, o povo não se afastou de Jesus mas foi atrás dele. Numerosas multidões o seguiram, e ele curou a todos. Jesus ordenou que não dissessem quem ele era. O povo sabe discernir. Jesus pede apenas para que não divulguem demais o que ele está fazendo. Contraste grande. De um lado, o conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades religiosas. Do outro lado, o movimento do povo desejoso para encontrar-se com Jesus! Eram sobretudo os excluídos e os marginalizados que vinham a ele com seus males e suas enfermidades. Estes, que não eram acolhidos na convivência social da sociedade e da religião, eram acolhidos por Jesus.
Mateus 12,17: A preocupação de Mateus: Jesus é o nosso Messias
Esta reação diferente da parte dos fariseus e do povo levou Mateus a ver nisso uma realização da profecia do Servo. De um lado, o Servo era perseguido pelas autoridades a ponto de ser cuspido por elas no rosto, mas ele não voltava atrás. Fazia cara dura como pedra, certo de não ser desmoralizado (Is 50,5-7). Do outro lado, o Servo era procurado e aguardado pelo povo. As multidões das ilhas distantes aguardavam o seu ensinamento (Is 42,4). Era exatamente isto que estava acontecendo com Jesus.
Mateus 12,18-21: Jesus realiza a profecia do Servo
Mateus traz por inteiro o primeiro cântico do Servo. Leia o texto bem devagar, pensando em Jesus e nos pobres excluídos de hoje:
Eis aqui o meu servo, que escolhi;
o meu amado, no qual minha alma se compraz.
Colocarei sobre ele o meu Espírito,
e ele anunciará o julgamento às nações.
Não discutirá, nem gritará,
e ninguém ouvirá a sua voz nas praças.
Não esmagará a cana quebrada,
nem apagará o pavio que ainda fumega,
até que leve o julgamento à vitória. 
E em seu nome as nações depositarão a sua esperança."

4) Para um confronto pessoal
1)  Conhece algum fato em que as autoridades religiosas, em nome da sua religião, decidiram perseguir e até matar pessoas que, como Jesus, faziam o bem ao povo?
2) Jesus é o Servo de Deus. E hoje, a nossa Igreja, nossa comunidade, eu, somos servos de Deus para o povo? O que nos falta?

5) Oração final
Como é preciosa a tua graça, ó Deus!
Os homens se refugiam à sombra das tuas asas.
Saciam-se da abundância da tua casa,
da torrente das tuas delícias lhes dás de beber. (Sl 35, 8-9)



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