1 de jul. de 2013

Quinta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum



REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Quinta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum


1) Oração

Ó Deus, pela vossa graça,
nos fizestes filhos da luz.
Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro,
mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 1-8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 1Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e foi para a sua cidade. 2Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados." 3Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema." 4Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações? 5Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? 6Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. 7Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. 8Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. - Palavra da salvação.

3) Reflexão


A solidariedade dos amigos consegue o perdão dos pecados para o paralítico. Jesus está de volta em Cafarnaum. Juntou muita gente na porta da casa. Chega um paralítico carregado por familiares e amigos. Jesus é a única esperança deles. Jesus, vendo a fé deles, diz ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados."  Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralítico) fossem castigo de Deus por algum pecado. Os doutores ensinavam que tal pessoa ficava impura e tornava-se incapaz de aproximar-se de Deus. Por isso, os doentes, os pobres, os paralíticos, sentiam-se rejeitados por Deus! Mas Jesus não pensava assim. Aquela fé tão grande era um sinal evidente de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, ele declarou: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!” Com esta afirmação Jesus negou que a paralisia fosse um castigo pelo pecado do homem.

Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder. A afirmação de Jesus era contrária ao catecismo da época. Não combinava com a idéia que eles tinham de Deus. Por isso, reagem e acusam Jesus: Ele blasfema! Para eles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar alguém perdoado e purificado. Como é que Jesus, homem sem estudo, leigo, simples carpinteiro, podia declarar as pessoas perdoadas e purificadas dos pecados?

Curando, Jesus prova que ele tem poder de perdoar os pecados.  Jesus percebeu a crítica. Por isso, pergunta: O que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou: ‘Levanta-te e anda!’? É muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se de fato o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos podem verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus disse ao paralítico: Levanta-te, toma teu leito e vá para casa! Curou o homem! Assim através de um milagre provou que a paralisia do homem não era um castigo de Deus, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor. 

A mensagem do milagre e a reação do povo.  O paralítico se levanta, pega seu leito, começa a andar, e todos dizem: Nunca vimos coisa igual!  (Mc 2,12) Este milagre revelou três coisas muito importantes: 1) As doenças das pessoas não são castigo pelos pecados. 2) Jesus abre um novo caminho para chegar até Deus. Aquilo que o sistema chamava de impureza já não era empecilho para as pessoas se aproximarem de Deus. 3) O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus era diferente do rosto severo do Deus revelado pela atitude dos doutores.

*   Isto lembra a fala de um drogado que se recuperou e agora participa de uma comunidade em Curitiba, Brasil. Ele disse: “Fui criado na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que nós, os filhos, fôssemos como eles. A gente era obrigada a ir à igreja sempre, todos os domingos e festas. E quando não ia, eles diziam: "Deus castiga!” Eu ia a contragosto, e quando fiquei adulto, fui deixando aos poucos. Eu não gostava do Deus dos meus pais. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, ficasse em cima de mim, menino da roça, ameaçando com castigo e inferno. Eu gostava mais do Deus do meu tio que não pisava na igreja mas que, todos os dias, sem falta, comprava o dobro de pão, de que ele mesmo precisava, para dar para os pobres!"


4) Para um confronto pessoal


1) Você gostou do Deus do tio ou do Deus dos pais daquele ex-drogado?
2) Qual o rosto de Deus que transparece para os outros através do meu comportamento?

5) Oração final

Povos todos, louvai o Senhor,
nações todas, dai-lhe glória;
porque forte é seu amor para conosco
e a fidelidade do Senhor dura para sempre. (Sl 116,1-2)





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