REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA
(LECTIO DIVINA)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
Quarta-feira da 17ª Semana do Tempo Comum
1) Oração
Ó Deus, sois o amparo dos que em vós
esperam
e, sem vosso auxílio,
ninguém é forte, ninguém é santo:
redobrai de amor para
convosco,
para que, conduzidos por
vós,
usemos de tal modo os bens
que passam,
que possamos abraçar os que
não passam.
Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 13,44-46)
44O
Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o
encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem
para comprar aquele campo. 45O Reino dos céus é ainda semelhante a
um negociante que procura pérolas preciosas. 46Encontrando uma de
grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra.
3) Reflexão
* O evangelho de hoje traz mais duas
pequenas parábolas do Sermão das Parábolas. As duas são semelhantes entre si,
mas com diferenças significativas para esclarecer melhor determinados aspectos
do Mistério do Reino que está sendo revelado através destas parábolas.
* Mateus
13,44: A parábola do tesouro escondido no campo
Jesus conta uma história bem simples e bem curta que
poderia acontecer na vida de qualquer um de nós. Ele diz: “O Reino do Céu é como um tesouro escondido no campo. Um homem o
encontra, e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus
bens, e compra esse campo”. Jesus não explica. Ele só diz: O Reino do Céu é como um tesouro escondido
no campo”. Assim, ele provoca os ouvintes a partilhar com os outros o que
esta história nele suscitou. Partilho alguns pontos que descobri: (1) O
tesouro, o Reino, já está no campo, já está na vida. Está escondida. Passamos e
pisamos por cima sem nos dar conta. (2) O homem encontrou o tesouro. Foi puro acaso.
Ele não esperava encontrá-lo, pois não estava procurando. (3) Ao descobrir que
se trata de um tesouro muito importante, o que ele faz? Faz o que todo mundo
faria para ter o direito de poder apropriar-se do tesouro. Ele vai, vende tudo
que tem e compra o campo. Assim, junto com o campo adquiriu o tesouro, o Reino.
A condição é vender tudo! (4) Se o tesouro, o Reino, já estava na vida, então é
um aspecto importante da vida que começa a ter um novo valor. (5) Nesta
história, o que predomina é a gratuidade. O tesouro é encontrado por acaso,
para além das programações nossas. O Reino acontece! E se acontece, você ou eu
temos que tirar as conseqüências e não permitir que este momento de graça passe
sem dar fruto.
* Mateus
13,45-46: A parábola do comprador de pedras preciosas
A segunda parábola é semelhante à primeira mas tem uma
diferença importante. Tente descobri-la. A história é a seguinte: “O Reino do Céu é também como um comprador
que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele
vai, vende todos os seus bens, e compra essa pérola”. Partilho alguns pontos que descobri: (1)
Trata-se de um comerciante de pérolas. A profissão dele é buscar pérolas. Ele
só faz isso na vida: buscar e encontrar pérolas. Buscando, ele encontra uma
pérola de grande valor. Aqui a descoberta do Reino não é puro acaso, mas fruto
de longa busca. (2) Comerciante de pérola entende do valor das pérolas, pois
muitas pessoas querem vender para ele as pérolas que encontraram. Mas o
comerciante não se deixa enganar. Ele conhece o valor da sua mercadoria. (3)
Quando ele encontra uma pérola de grande valor, ele vai e vende tudo que tem e
compra essa pérola. O Reino é o valor maior.
* Resumindo o ensinamento das duas parábolas. As duas tem o
mesmo objetivo: revelar a presença do Reino, mas cada uma revela uma maneira
diferente de o Reino mostrar a sua presença: através de descoberta da
gratuidade da ação de Deus em nós, e através do esforço e da busca que todo ser
humano faz para ir descobrindo cada vez melhor o sentido da sua vida.
4) Para um confronto
pessoal
1) Tesouro escondido: já encontrou alguma vez? Já
vendeu tudo para poder adquiri-la?
2) Buscar pérolas: qual a pérola que você busca e
ainda não encontrou?
5) Oração final
Eu, porém, cantarei vosso poder,
e desde o amanhecer celebrarei vossa bondade.
Porque vós sois o meu amparo,
um refúgio no dia da
tribulação. (Sl 58,
17)
Nenhum comentário:
Postar um comentário